Contudo, a raridade da alfarrobeira à escala planetária, tem a ver com as exigências climatéricas desta árvore da bacia mediterrânica, conhecida desde remotas eras. Ela gosta de climas secos e suaves e não aguenta geadas. No que concerne ao nosso País e para além da vertente sul da serra da Arrábida, as alfarrobeiras concentram-se, sobretudo, no barrocal algarvio, onde assumem razoável expressão económica.
A Ceratonia siliqua L. é uma leguminosa de folha perene que logra atingir 10 metros de altura e durar cerca de 500 anos.
As flores, muito pequenas, aparecem reunidas em cachos axilares cilíndricos, verde-arroxeados.
Os frutos (alfarrobas) são vagens de 10 a 30 cm de comprido por 1,5 a 3 cm de largura. Apresentam-se coriáceas, espessas e indeiscentes. Inicialmente são verdes, passando a castanho-escuras quando atingem a plena maturidade.
As sementes de alfarroba são duríssimas. Têm forma ovóide, biconvexa e cor castanha.
A espécie é, salvo raras excepções, dióica, ou seja, os indivíduos femininos encontram-se separados dos masculinos. Para uma frutificação eficaz, é necessário uma árvore “macho” para 25 “fêmeas” (um verdadeiro harém!). Geralmente, os frutos só aparecem (nas fêmeas, obviamente) a partir dos 15 anos.
Cada vagem costuma ter entre 10 e 16 sementes, chamadas quilates, de aspecto uniforme e peso quase invariável. Tal facto determinou o antiquíssimo uso dessas sementes para avaliar diamantes e ouro. Ainda hoje se utilizam os termos internacionais “kilat” e “karat”, provenientes da designação dos grãos de alfarroba.
Em fitoterapia e atendendo às propriedades medicinais da alfarrobeira que é hipertensora, laxante, antidiarreica e sedativa, ela está indicada para desinteria, prisão do ventre, enfermidades de brônquios, hiper acidez gástrica e sistema nervoso. Note-se que as vagens, quando verdes, são laxantes, mas quando castanhas, produzem o efeito inverso, isto é, prendem os intestinos.
Miguel Boieiro
0
Que engraçado que é recordar a nossa infância, dando até vontade de vivê-la outra vez 🙂
Gostei do comentário, beijinhos!
(já agora convido-te a ler um outro texto meu a ver com uma receita em que eu já experimentei a utilizar alfarroba, bastando pesquisar neste blogue por "pão de alfarroba")
Em miúda adorava roer alfarroba, e há algum tempo encontrei à venda e comprei. A mim, sabe-me à infância, nunca mais tinha comido e agora que falas nisso, tenho que ir à procura outra vez.
Já vi o tal post acerca do desafio e está muito bem 🙂
Boas continuações para o blog, porque… nós somos o que comemos!
Muito obrigada pelo comentário!
E realmente "nós somos o que comemos" e há muita coisa que desconhecemos ainda, sendo também um dos papéis dos blogs, o de partilhar conhecimentos!
Ao longo da minha vida também tenho sentido necessidade de alterar alguns hábitos alimentares, logo também me sinto mais motivada para procurar saber mais, logo por que não divulgar esses mesmos assuntos?!
E eu também gostei de passar pelos seus blogues, boas continuações!
É muito bom conhecer melhor a natureza, as propriedades das plantas. Penso que é um campo cada vez menos conhecido. Gostei de ler. Respondi ao desafio lançado do Sunshine Blogger Award, é o post de hoje! 🙂 Beijinhos e obrigada pela nomeação.
Mónica … desconhecia muita informação que ainda não faz parte da minha alimentação!
Fiquei curiosa!!!
Aceitei o desafio que a Ana Rodrigues me passou … e um dia destes responderei às questões!
Passarei mais vezes!