Durante o fim de semana que passou, tal como podem apreciar no vídeo acima, lá fui eu dar uma voltinha pela ruas e vielas de Lisboa, nomeadamente pelo Largo de Santo António da Sé e depois pelo Jardim Augusto Rosa, em busca de certas memórias e tradições relativas ao Santo António, o Santo Popular intitulado de “casamenteiro”, que afinal não é menos Santo Padroeiro de Lisboa do que São VicenteSão Crispiniano ou até São Crispim, donde tive a oportunidade de conhecer: Museu de Lisboa – Santo António; Igreja de Santo António; Sé de Lisboa; Restaurante Antiga Casa De Pasto Estrela Da Sé; Houria Café; Quiosque do Refresco – Sé.Nossa-senhora-do-carmo3-altar.jpg“São Crispim e São Crispiniano eram irmãos. Padeceram o martírio no século terceiro, em Soissons, França. Diz a lenda que, embora de descendência nobre ganhavam o pão como humildes operários. Durante o dia missionários, trabalhavam de noite na pobre oficina de sapateiros. Deles afirma o Martirólogo romano: “Em Soissons, nas Gálias, os santos mártires, Crispim e Crispiniano, nobres romanos: durante a perseguição de Diocleciano, sob o governador Rictiovaro, foram degolados, depois de horríveis tormentos, obtendo assim a coroa do martírio. Os corpos foram, em seguida, transportados para Roma e aí receberam uma sepultura honrosa na Igreja de São Lourenço in Panisperna”.
São considerados os padroeiros dos sapateiros. No séc. VI foi construída, em Soissons, uma belíssima igreja em honra destes dois gloriosos mártires, cujas relíquias nela se acham depositadas. Como Lisboa foi tomada aos mouros em 25 de Outubro de 1147, os santos mártires foram considerados os primeiros padroeiros da cidade reconquistada.

Em 1147 D. Afonso Henriques toma a cidade de Lisboa, no dia de São Crispim. A data levou a que São Crispim fosse declarado padroeiro da cidade. Contudo, a devoção a São Vicente já era generalizada, especialmente entre os cristãos moçárabes, que convenceram D. Afonso Henriques a encontrar e trazer para a capital as suas relíquias.

São Vicente viria a tornar-se o santo padroeiro de Lisboa quando, em 1173, D. Afonso Henriques ordenou a trasladação das suas relíquias do Cabo de São Vicente (Sagres) para a cidade. A lenda segundo a qual a barca que trouxe as relíquias vinha escoltada por corvos está na origem de uma das representações imagéticas de São Vicente (com uma barca e um corvo) e do próprio brasão de armas da cidade de Lisboa (uma barca com dois corvos sobre os castelos da popa e da proa).

Eis que, logo no século seguinte, aparece o Santo António. Embora tenha morrido em Itália, foi com naturalidade que em Lisboa, a cidade onde nasceu, crescesse a devoção a este santo, verdadeiramente popular, em todos os sentidos da palavra: “O nosso Santo António é um fenómeno de devoção mundial. Vamos a qualquer parte do mundo e encontramos uma imagem de Santo António”, explica o Cónego Lourenço.

Esta reacção popular levou a que os dois santos partilhassem, durante alguns tempos, a responsabilidade de proteger a cidade: “Então ficaram os dois, Santo António com um cariz mais popular e São Vicente com um cariz mais aristocrático. Mantiveram-se assim as duas celebrações. Quando a Igreja determinou, mais recentemente, que só houvesse um padroeiro principal, então aqui na diocese optou-se por manter, na Cidade de Lisboa o Santo António, e para a diocese, São Vicente. É uma norma de ordem litúrgica, porque na prática a Câmara Municipal ficou sempre ligada a São Vicente, que está nas armas da cidade, e o presidente da Câmara costuma ir à Sé no dia de São Vicente, da mesma forma que, desde que se restaurou, costuma também ir à procissão de Santo António”, explica o Deão do Cabido da Sé.”

(fontes: http://religionar-variado.blogs.sapo.pt/2940.html,

Daí que, as verdadeiras festas populares celebradas em muitas das nossas cidades, nada tenham a ver com o verdadeiro Padroeiro Oficial; porém, junho será sempre um mês puramente dedicado aos Santos Populares, com festas e arraiais de norte a sul de Portugal: brindemos, portanto, a Santo António, São João e São Pedro!

As principais comemorações são as relativas aos dias 13 de junho, Dia de Santo António de Lisboa, e 24 de junho, Dia de São João do Porto
E se por Lisboa existe o desfile das marchas populares na Avenida da Liberdade, bem como a celebração dos casamentos na Igreja de Santo António, com sabor a sardinha no pão e cheiro a manjerico na mão, pelo Porto existem os martelinhos e o alho-porro. 
Para finalizar, ainda há o Dia de São Pedro para bailar e cantar a 29 de junho, com mais balões, caldo verde e vinho pelas ruas de Sintra ou Évora!

“Em Lisboa as marchas populares de cada bairro desfilam pela Avenida da Liberdade, enchendo aquela artéria de centenas de figurantes, música, colorido e muito público. Mas a enchente e a animação não são menores nas ruas desses bairros, com destaque para Alfama, mas também para a Graça, Bica, Mouraria ou Madragoa. Nos largos e vielas medievais, come-se caldo verde e sardinha assada, canta-se e baila-se noite dentro. Outro momento alto é a procissão de Santo António, que no dia 13 sai da sua igreja, situada em Alfama, junto à Sé, no local onde este santo nasceu, cerca de 1193.

No Porto, a festa é idêntica em cor e alegria ao longo dos bairros mais tradicionais, como Miragaia, Fontainhas, Ribeira, Massarelos e outros. Mas o Porto tem ainda outros usos e costumes: se antigamente os foliões batiam com alho-porro na cabeça dos companheiros, hoje usam martelinhos de plástico com o mesmo fim; por outro lado, além do feérico fogo-de-artifício que é lançado à meia-noite em pleno rio Douro, no Porto também se lançam coloridos balões de ar quente, numa das mais bonitas celebrações destes festejos populares. A noite acaba para muitos junto à praia, para ver nascer o sol ou para um banho matinal, como manda a tradição.”

(fonte: https://www.visitportugal.com/pt-pt/node/210955)

Mas atenção que estas mesmas tradições não são unicamente portuguesas! 
Aliás, tudo acontece devido ao costume pagão de festejar o solstício de Verão, por sua vez celebrado a 24 de Junho, como acontece em Alemanha, Brasil, Dinamarca, Finlândia, França, Noruega, Polónia, Rússia ou Suécia.


“O primeiro a ter festa em Portugal, porém, é bem lusitano. Trata-se, inclusive, do único santo nascido em Lisboa. De nome de baptismo Fernando Bolhão (ou de Bulhões), nasceu em finais do século XII e aos 20 anos decidiu enveredar pela vida religiosa, optando, anos depois, por ser padre franciscano, dedicando-se assim aos pobres. E mudando o nome de Francisco para (irmão) António, percorrendo mundo. Também ficou conhecido como Santo António de Pádua, por nessa região de Itália ter vivido nos últimos anos antes de morrer em 1231. A 13 de Junho, pois. Hoje.

Se Santo António está associado a Lisboa, São João encontra-se ligado à cidade do Porto. Atenção, São João do Porto, padroeiro da cidade, e não São João Baptista. Uma personagem que remonta ao século IX, eremita, de nome João. Só que tal história nunca foi bem aceite e, assim, o ‘São João do Porto’ é comemorado no mesmo dia que São João Baptista… também eremita. Nascido a 24 de Junho.

O mais antigo santo da Igreja Católica, Pedro, nasceu como Simão mas foi Jesus a lhe mudar o nome por analogia com ‘pedra’ – a ‘pedra’ sobre a qual se iria construir a Igreja Católica. Tendo, por isso, o primeiro dos Apóstolos de Jesus sido considerado o primeiro Papa. Por ter morrido muito velho – pelo menos para a época – é habitualmente representado com barbas brancas e como se apresenta como guardador das ‘portas do céu’ ei-lo de chaves na mão…”
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