Outro dia passei pela mais recente Pastelaria Faruque situada na Urbanização das Colinas do Cruzeiro, Odivelas, com o intuito de provar o tão aplaudido Croissant com Creme de Ovo e Amêndoa!

Mas claro que também estava à espera de conhecer pessoalmente a proprietária, juntamente com o irmão, Mário Completo, desse mesmo estabelecimento emblemático carregado de histórias do próprio concelho de Odivelas!

E a primeira coisa que fiz foi tomar um cafezinho ao balcão, já que tinha vista para a rua, certamente uma das mais movimentadas daquela urbanização!

Entretanto, fui muito bem recebida, agradecendo, desde já, toda a atenção demonstrada por todas as funcionárias, para logo a seguir chegar a referida proprietária, Manuela Completo, e mais tarde o próprio Chef Xavier, alguém responsável pela parte da confeção dos produtos em si, com os quais detive uma longa e agradável conversa, da qual resultou o presente artigo!

Faruque

Em primeiro lugar, Manuela Completo começou por contar de onde é que afinal tinha surgido aquela ideia de abrir mais um estabelecimento ligado à reconhecida Faruque:

A Faruque, agora situada nas Colinas do Cruzeiro, surgiu muito por causa dos imensos pedidos feitos pelos nossos clientes daqui da zona de Odivelas, sendo pessoas que apreciam muito a qualidade e estavam sempre, entre aspas, a incentivar-nos «vá, quando é que a Faruque vai para as Colinas, porque faz mesmo falta… apesar de já existirem outras coisas, precisávamos de um conceito diferente ligado a uma confeção mesmo artesanal e com o estilo e a qualidade e a tradição a que estamos habituados.» E esta foi uma ideia que foi germinando, mas que, perante a conjuntura da pandemia, foi ficando à espera…

Mas eu acho que todos nós temos que ser proativos quando temos uma determinada crise e temos o mundo a puxar-nos para baixo, tendo precisamente de fazer o contrário, com toda a nossa energia, e ver o que é que podemos fazer para sair desta situação… e, de repente, apareceu, assim do nada, este cantinho aqui e, portanto, não olhámos para trás e foi a altura certa para avançar, em grande aceleração… em apenas um mês, tivemos de fazer várias obras profundas… nada disto era assim, pois tivemos de mexer em tudo e de colocar estas decorações, tendo sido um período bastante difícil para comprar os materiais, uma vez que, nessa altura, calhou mesmo no período da pandemia, logo era mesmo impossível ir a um centro comercial ou a uma loja qualquer comprar alguma coisa…

Conclusão: tivemos de recorrer aos nossos conhecimentos para mandar fazer tudo personalizado, tirando as cadeiras, que é uma coisa mais básica e não dava para fazer de outra maneira, logo foi tudo feito à medida, tudo estufado, ou seja, foi mesmo tudo pensado e contextualizado para o projeto da Faruque!

E uma vez que era um conceito novo aqui, tentámos criar um espaço que fosse acolhedor e elegante ao mesmo tempo, para também dar luz à tradição e ao simbolismo da Pastelaria Faruque em Odivelas, sendo a pastelaria mais emblemática e com a responsabilidade de manter o seu nome de qualidade, estando a ter um feedback bastante positivo!”

Lá está, muitas vezes, um apoio e um incentivo de quem nos quer verdadeiramente bem basta para nos reconfortar a alma e nos ajudar a voar mais alto, ainda que devagar e em segurança!

E foi com muita atenção que ouvi toda aquela história, sentindo, ao mesmo tempo, em cada palavra e tom de voz, toda a paixão depositada num projeto bastante credível e importante para o concelho, nomeadamente para quem reside em Odivelas, como eu, tendo ficado bastante orgulhosa!

Quanto ao espaço propriamente dito, ele estava verdadeiramente elegante e aprazível, em que apetece ficar sentado num sofá bastante confortável, que percorre todas as mesas no seu interior, para além de existirem vários lugares sentados no espaço exterior, estrategicamente montados por baixo de alguns chapéus.

E ainda existe música ambiente, sendo como que um convite a quem passa!

Por outras palavras, na minha opinião, desde que o tempo convide a sair, nada melhor do que tomar um bom café na esplanada, devidamente acompanhado de um maravilhoso brigadeiro, ou então, tal como eu tive a grande oportunidade de experimentar, finalmente, o tal tão aguardado Croissant com Creme de Ovo e Amêndoa ainda morno, juntamente com um ótimo sumo de laranjas espremidas na hora, uau!

Não se pode esquecer que a Urbanização Colinas do Cruzeiro também detém uma população bastante jovem, a quem importa dar a conhecer a própria história do concelho, dignificando-o, de forma a não cair no esquecimento toda uma cultura e tradição baseada numa confeção o mais artesanal possível, apelando a uma alimentação também mais saudável, em alternativa à industrialização e ao intitulado fast-food!

Mas claro que, de acordo com o que o próprio Chef Xavier fez questão de salientar a seguir, no que diz respeito ao próprio ex-libris da Faruque, tem sido sempre a intitulada Marmelada Branca de Odivelas, estando para breve tornar-se, ela mesma, num produto de patente europeia, o que irá dignificar de certeza mais ainda o bom nome da casa!

Já agora, acrescente-se que, a grande mentora do projeto da «nova» Pastelaria Faruque foi Maria Rita Completo, a sobrinha de Manuela Completo, que, no papel de designer, foi quem realmente concebeu todo aquele novo espaço, já depois de ter ajudado a redefinir o próprio logotipo da marca Faruque, detendo também, no seu currículo, algumas especializações ao nível da decoração de interiores, por isso o meu aplauso!

E o Chef Xavier continuou depois a descrever os vários produtos disponíveis para venda:

Temos vários produtos, mas fomos lançando inovações, nomeadamente nos bolos secos tradicionais, complementando com umas cookies… nos húngaros, mantemos a tradição, mas lançamos também um húngaro de marmelada branca com doce de morango e a nossa geleia de marmelo é fabulosa, tal como os brigadeiros de leite e chocolate… ainda temos as nossas castanhas de ovo, para além do nosso bolo rei, ainda que não seja desta época, e as nossas broas, que já têm sido recomendadas em várias revistas, nomeadamente na Time Out e na Sábado, em que fizemos umas entrevistas para mostrar qual é que era o nosso nível de croissants…

Com maior variedade, conseguimos chegar muito mais longe, porque temos vários croissants de massa folhada de brioche, Kinder, chocolate Nutella, coco, noz, amêndoa ou o doce de ovos tradicional e caseiro feito por nós… ou seja, fomos lançando inovações, porque a casa precisava de um ponto de viragem, para não só não ficar parada no tempo, mas também fazer evoluir o antigo…”

Para mim, de facto, uma mistura q.b. entre a qualidade e a inovação foi o ponto alto de todos os produtos que me foram apresentados no interior do estabelecimento, em que, por exemplo, são as gerações mais novas que apreciam muito os croissants de massa folhada, concluindo-se então que foi bastante útil, neste caso, redefinir estratégias!

E muitas das pessoas que por ali passam uma vez, voltam a passar várias vezes, porque ainda existe a parte da padaria:

E ainda temos o pão diariamente, porque também dá sempre jeito levar o pão para casa, atraindo sempre um outro tipo de público que procura uma bola de centeio, pão de cereais, pão de água, pão integral… ao fim de semana fazemos broa de milho…

A parte da padaria também está a correr muito bem e sentimos que esta aposta foi realmente muito válida!”

E no que diz respeito a produtos mais específicos, ligados porventura a certas restrições alimentares, o que costumam ter?”, perguntei eu ao Chef Xavier:

Nós procuramos ir ao encontro de todos, nomeadamente a quem tem alguma dificuldade em encontrar uma casa com produtos mais específicos, não sendo nossa pretensão falhar com essas pessoas, em que gradualmente vamos tentar chegar um pouco a todos, mas tem de ser com calma, porque a questão da pandemia não veio ajudar muito na altura da nossa abertura, mas já estamos a ir novamente ao encontro de todos, para a nossa viragem de página, indo sempre aqui ao alcance daqui de Odivelas, que é nossa pretensão continuarmos aqui, cujo público é bastante acolhedor!

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“Mas como é que veio aqui parar e qual o seu currículo afinal?”, perguntei eu a seguir ao Chef Xavier:

O meu currículo não é muito vasto, mas procurei aliciar-me com novos projetos que fossem interessantes para a minha carreira… e foi por causa do currículo ajudar bastante que eu entrei antes na Pastelaria Versailhes, no Saldanha, Lisboa…

Procuro envolver-me em diversas áreas, pois não são muitos os pasteleiros que o conseguem fazer… eu inovo, mas também tento manter o tradicional… e foi nessa vertente que votaram em mim e que encaixou muito bem na Faruque… e como também obtive experiência num hotel, The Oitavos, ainda ganhei essa parte do requinte e da alta pastelaria ou da pastelaria fina…

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Entretanto, Manuela Completo achou por bem acrescentar o seguinte:

Temos de saber todos dar a volta nos maus momentos e temos de saber criar em conjunto para também fazer frente a esta situação!

Com toda a determinação, foi uma entrega total e vai valer a pena, numa altura em que uma nova gerência começa a abraçar um projeto e a pandemia começa a levar-nos para o precipício, mas para além de não precipitarmos, ainda abrimos uma outra casa e continuamos a crescer, que é sinónimo de que o trabalho que estamos a desenvolver estamos a fazer muito bem e olhe que haja saúde para continuar a projetar a Faruque!

Nós até já tivemos a distinção de sermos uma das melhores pastelarias de Portugal, o top five, que foi uma coisa espetacular que aconteceu na altura da passada quadra natalícia… altura em que apareceu o croissant de oiro

E enquanto proprietária deste espaço, «eu adoro o que fazem aqui», é um comentário muito bom de se ouvir… e o carinho e a delicadeza com que toda a equipa atende, faz com que os clientes sintam uma empatia natural…

Até as próprias entidades de Odivelas nos são gratas, porque a Faruque coloca Odivelas no mapa, tendo sido muito bonita a forma como todos nos acolheram!”

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Para terminar, falou-se na questão de a Pastelaria ter-se rendido também às infalíveis aplicações da Uber e da Glovo, ainda que o preferível seja sempre deslocarmo-nos presencialmente ao local, uma vez que também existe a possibilidade de se optar, por exemplo, à hora de almoço, por uma boa sopa do tipo caseira, de uns salgados, de uma omelete ou ainda de uma saborosa fatia de pizza.

Lá está, quando estamos à mesa, tanto dá para degustar coisas boas e apetitosas, bem como para colocar a conversa em dia!

E então, com esta segunda casa, começaram todas as plataformas a quererem associarem-se à Faruque, por sermos uma das casas que mais gostam de escolher no site de entregas!

Primeiro, era mesmo eu e o meu irmão que fazíamos as entregas, devido também a um sentimento de dever social, pois todos os clientes que diariamente nos visitavam, mereciam a nossa maior consideração, daí querermos também, numa altura de maior fragilidade, colaborar com eles.

Fizemos este esforço todo e são agora os mais novos que querem que entremos pela casa deles, logo de modo nenhum queríamos negar-lhes essa vontade… e da parte das plataformas exigimos o compromisso de que todos os produtos cheguem nas devidas condições.”

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