Aqui pode ler-se que:

A Organização Mundial da Saúde (OMS) declara que o consumo diário ideal é cerca de 30g de álcool (etanol), o que corresponde à praticamente duas doses de cachaça.

E, realmente, de acordo com a pesquisa que eu fiz, o consumo regular baixo e moderado de álcool pode trazer alguns benefícios para o nosso organismo:

O consumo moderado reduz consideravelmente o risco de doenças cardiovasculares através da diminuição da formação de placas de gordura nas artérias do coração e melhora do perfil de colesterol (especificamente elevação do HDL, o chamado colesterol bom). Além disso, o consumo de álcool pode ajudar no controle de diabetes melitus tipo 2, aumentar a felicidade, reduzir estresse, melhorar a memória de curto prazo, prevenir doenças cardíacas, aumentar a capacidade de resolver problemas e reduzir riscos de Alzheimer.

As cachaças envelhecidas em barris de madeira também apresentam compostos que possuem propriedades antioxidantes e anticoagulantes. A madeira amendoim, por exemplo, é rica em miricetina, um polifenol capaz de ajudar a reduzir as taxas de câncer de próstata. Já o bálsamo, outra madeira brasileira com propriedades medicinais, é rico em eugenol, composto com propriedades anti-inflamatórias também presente no cravo, canela e noz-moscada.

O consumo responsável da cachaça e de outras bebidas alcóolicas de maneira moderada também possui influência positiva em fatores psicológicos e cognitivos. Estudos indicam maior otimismo, maior expectativa de vida, menos quadros de depressão e vida social mais intensa naqueles que apreciam moderadamente. Já existe também consideráveis evidências de que o consumo moderado melhoram alguns aspectos cognitivos, incluindo memória e a capacidade de fazer contas, como argumenta o estudo científico publicado em 2017 na revista Adaptive Human Behavior and Physiology (para ler a pesquisa na integra)

Entretanto, também descobri aqui, que existe um certo documento da parte do Governo Imperial do Brasil, datado de dezembro de 1865, onde estão mencionadas as regras para a imposição do valor da intitulada «ração de aguardente» destinada às Praças do Exército, incluindo até uma pequena partitura relativa ao toque de corneta aquando da sua distribuição!

Mas atenção que, todas as aguardentes, tais como a vodca, a tequila, o rum, a grappa, o gim ou a cachaça, são bebidas fortemente alcoólicas, obtidas pela fermentação e posterior destilação de mostos açucarados, oriundos do caldo, e/ou de macerados vegetais, dando origem a: aguardentes de frutas (laranja, uva, banana, medronho); aguardente de cereais (cevada, milho, arroz); aguardente de raízes e tubérculos (beterraba, mandioca, batata); aguardente de colmos (cana-de-açúcar e bambu).

E, ainda de acordo com o site Wikipédia, posso acrescentar que:

Em Portugal, há a aguardente bagaceira, vulgo bagaço por ser feita a partir do bagaço de uva, a aguardente de cana de açúcar ou rum agrícola produzido uma vez por ano diretamente do sumo da cana de açúcar na ilha da Madeira e a aguardente vínica, obtida a partir de vinho, esta última usando um processo semelhante ao do conhaque francês, é muitas vezes envelhecida em pipas de carvalho, tomando então uma coloração amarelada e um sabor e aroma característico, passando a designar-se aguardente velha. O rum agrícola da Madeira também muitas vezes é envelhecido em pipas de vinho Madeira ou de Carvalho Francês.

Alguns relatos contam que os antigos egípcios foram os primeiros povos a utilizar vapores de líquidos fermentados e aromatizados para cura de diversos tipos de moléstias. Os gregos registam o processo da ácqua ardens. A água que pega fogo, ou seja, pressupõe, ter vindo daí a denominação aguardente utilizada até hoje. Nos registos do Tratado de Ciências escrito por Plínio, o velho, que viveu entre os anos de 23 e 79 depois de Cristo, ele conta que apanha o vapor da resina de cedro, do bico de uma chaleira, com um pedaço de lã.

Embora os Egípcios tivessem sido os primeiros a construir alambiques, cujos desenhos adornam um velho templo de Mênfis, foi da língua Árabe que nasceram os termos alambique (al ambic) e álcool (al cóhol), significando, o primeiro, vaso destilatório, e, o segundo, exprime a ideia de ténue e subtil, significando vapores de destilação. Com a expansão do Império romano a aguardente chega a Europa e ao Oriente Médio. Sendo assim, os árabes desenvolveram os primeiros equipamentos para destilação, os famosos alambiques, semelhantes aos utilizados até hoje. A partir daí a aguardente vai parar às mãos dos alquimistas que lhe atribuem propriedades místico-medicinais (Água da longevidade, elixir da longevidade).

Mas foi na Idade Média, em 1250, que Arnaut de Villeneuve estudou a destilação do vinho e descobriu o espírito («l’esprit») que ele contém, seguindo-se um seu contemporâneo, Raymond Lulle, que preparou a aguardente (l’eau ardente), obtendo-a após 3 a 4 estilações consecutivas, em fogo muito lento; o espírito do vinho foi designado «quintessence», sendo as quatro primeiras essências a Terra, a Água, o Ar e o Fogo.

Consequentemente, a aguardente também tem sido utilizada, ao longo dos tempos, para diversos fins culinários, chamando-vos hoje à atenção para o caso da doçaria tradicional portuguesa, dando como exemplo a receita dos chamados “Biscoitos de azeite“, bastante típica da zona do Alto Alentejo!

Vamos aprender como se fazem?

E uma vez que hoje é o Dia Mundial da Criança, 1 de junho, tal como se pode ler aqui e acolá, por que não pegarem nas vossas crianças e levá-las hoje para a cozinha?

De certeza que vão adorar!

RECEITA NA CATEGORIA DE SOBREMESAS: Biscoitos de Aguardente (Alentejo)

Ingredientes:

  • 1 colher de sobremesa de fermento em pó
  • 125 g de açúcar
  • 125 ml de azeite morno
  • 4 ovos 
  • 5 colheres de sopa de aguardente
  • 600 g de farinha de trigo
  • raspas de 1 limão

Confeção:

  1. Bater os ovos com o açúcar, até obter um creme fofo;
  2. Juntar o azeite morno, a aguardente e as rapas do limão;
  3. Acrescentar, aos poucos, ao preparado anterior, a farinha de trigo já previamente misturada com o fermento, e mexer tudo muito bem;
  4. Ligue o forno a 180º C.
  5. Untar as mão com um pouco de azeite, só para ser mais fácil moldar os biscoitos, em forma de argola com as pontas sobrepostas.
  6. Levar os biscoitos a cozer no forno, num tabuleiro forrado com papel vegetal, até estarem dourados.

(fonte: http://www.docesregionais.com/biscoitos-de-aguardente-alentejo/)

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