Vila Franca de Xira é um município português do Distrito de Lisboa, região de Lisboa e sub-região da Grande Lisboa, mas também é a sede de um concelho com 318,19 km² de área e 136 886 habitantes (2011), subdividido em 6 freguesias. 

O município é limitado, portanto, a norte pelos municípios de Alenquer e Azambuja, a leste por Benavente, a sul pelo estuário do Tejo, sudoeste por Loures e a noroeste por Arruda dos Vinhos.

Quanto à freguesia de Vila Franca de Xira propriamente dita, esta mesma situa-se, por sua vez, na margem direita do Rio Tejo, a cerca de 30 quilómetros de Lisboa, tendo cerca de 25 mil habitantes que se espalham pela malha urbana, sendo a área das Lezírias uma zona rural muito menos ocupada, mas não de menor interesse.

Além da população urbana, existem ainda outros grupos etnicamente definidos, autóctones ou então já estabelecidos há vários anos. Os campinos, trabalhadores rurais das lezírias, são um dos mais identificativos, tendo como principal função a de conduzir gado bravo; somam-se também os varinos,população piscatória, originária de Murtosa, Ovar e Meruge, bem como os avieiros, outra população piscatória, originária de Vieira de Leiria.

As lezírias produzem muito trigo, cevada e milho, mas também girassol, tomate, melão e o tradicional arroz carolino, tão tipicamente ribatejano; cria-se, por outro lado, muito gado bovino e cavalarNo rio Tejo pesca-se abundantemente a fataça, o linguado e o sável, porém, em tempos idos pescavam-se outras variedades de peixe e marisco, como o achigã e o lagostim, de tal modo que D. Manuel I e João V deram privilégios especiais aos pescadores de Vila Franca!

Aos Tertulianos e Toureiros, companheiros de importantes manifestações de interesse cultural e de associativismo, levado a cabo nesta cidade de Vila Franca de Xira, apresente-se, sem mais demoras, um pequeno apontamento sobre a própria origem do Clube Taurino, onde eu tive a excelente ideia de entrar para almoçar, tanto devido ao facto da decoração ser bastante agradável e acolhedora, recheada de múltiplas fotografias, cada uma com a sua história, bem como de citações várias colocadas junto a determinados objetos relativos à então atividade tauromáquica e seus embaixadores, bem como devido ao próprio ambiente do tipo familiar que se faz sentir nas diferentes mesas, apesar do espaço da sala de refeições ser um pouco pequeno e do estacionamento ser bastante difícil em toda a área envolvente.

Após a morte de José Falcão, comparativamente à iniciativa de Constantino Agostinho, alguns Vilafranquenses propuseram à Câmara Municipal atribuir, ao arruamento da estrada da Pedra Furada, o nome do próprio do José Falcão, tendo por fim decorrido, a 15 de Dezembro de 1974, o respetivo descerramento da Placa Toponímica com esse mesmo nome.
Entretanto, um grupo de Toureiros, tendo como convidados Osvaldo Falcão e Luís Franco de Sousa Melo, iniciaram os preparativos a fim de criarem uma Escola de Toureio denominada de “Escola Tauromáquica José Falcão“, inicialmente instalada na Quinta do Hospício, situada na Travessa das Parreiras, em Viva Franca, propriedade do Sr. Comandante António Balancuela, onde hoje existem as chamadasVarandas da Lezíria
Chegou até a construir-se um Tentadero, mas que logo a seguir sofrera uma forte tempestade, destruindo-o; e como as Instalações onde funcionara a parte administrativa não usufruíam das melhores condições, fora solicitada a cedência da Tertúlia Cirófila, tendo sido prontamente autorizado!

No dia 19 de Janeiro de 1976, o Grupo leva a efeito, no Salão dos Bombeiros, na Rua com o mesmo nome, uma conferência com o jornalista e crítico Tauromáquico Sr. Leopoldo Nunes, donde, a 15 de Maio de 1976, os elementos que constituíam a organização formalizaram um certo acordo, no sentido de existir um comprometimento a ver com a inauguração da Escola Tauromáquica José Falcão para com o Colete Encarnado de 1976, não sendo possível cumprir na data prevista.

Dados os acontecimentos, com a transladação do Corpo e a construção do Mausoléu, as Tertúlias reuniram-se e deliberaram colaborar no acontecimento dos mesmos, para se conseguir perpetuar a memória do Toureiro Vilafranquense, para a qual fora fundamental a própria colaboração entre os Toureiros.

No dia 25 de Junho de 1976, chega então, a Vila Franca de Xira, vindo de Barcelona, o Corpo de José Falcão, ficando depositado na Igreja Matriz e a 26 de Junho de 1976 deu-se o Cortejo Fúnebre em direção ao cemitério local, donde fora constituída a Comissão da Tertúlia Vilafranquense, composta por:

TERTÚLIAS – Almoçaristas (Joaquim António Vieira) – Campino (Carlos Santos) – Cavalo (Júlio Pedro Marques) – Cirófila (Joaquim Saavedra Valente e Armando Jorge de Carvalho) – Companheiros do Balde (José Batalha) – Estocada (Artur Paim da Cunha) – Fortunato Simões (José Maria Simões) – Jantaristas (Rui Filipe Andrade) – José Falcão (Osvaldo Frita Falcão) – Lezíria (João Maria Conde) – Cela (Mário Ferreira Vicente e Fernando Resende Ferreira) – Touro (João Pereira de Matos e Alberto Augusto do Nascimento) – Touril (Américo dos Anjos Vieira).

TOUREIROS – Laurentino Boeiro – José Carlos Santos – Jorge Domingues Rodrigues – Francisco da Silva Faz-Cordas – Jacinto Diogo Fernandes – José António Afonso – Américo da Silva Ferreira Jaime António Barquinha – José Domingos Faria – João Boeiro – Dário Venâncio – Ernesto Manuel – Ludovino Bacatum – João José Vieira Pedro e João Carlos Chambre.

Os Eventos seguiram-se com vários Festivais Taurinos, graças à intervenção das melhores figuras do Toureio de Portugal e de Espanha, como foi o caso da Feira do Melão do Ribatejo, da Corrida de Toiros de Gala à Antiga Portuguesa e do Festival Internacional de Folclore, para além de diversas palestras, conferências ou colóquios.

A 10 de Julho de 1982, foi inaugurado o Monumento ao Campino, mas também lançado um selo comemorativo da efeméride, tendo a presente Comissão concordado em fundar ainda um Clube Taurino e a respetiva Escola de Toureio.

 Vila Franca, “terra de Toureiros e Aficionados”, faltava-lhe, sem dúvida, uma Associação com essa mesma vocação. Assim, fora criada uma Comissão Instaladora, saída da Comissão das Tertúlias que se encarregaria da formulação do Clube, constituída por: Joaquim Saavedra Valente, Armando Jorge de Carvalho, João Pereira de Matos, Osvaldo Falcão, Laurentino Boeiro, Jorge Domingues Rodrigues e Jacinto Diogo Fernandes; tendo os restantes elementos continuado a pertencer à Comissão das Tertúlias, até à Fundação do Clube Taurino.

A 2 de Março de 1983 foi finalmente fundado o Clube Taurino Vilafranquense e ao mesmo tempo criada a Escola de Toureio “José Falcão”, com o fim específico de desenvolver a Festa de Toiros,visando a formação Humana, através da Educação Cultural, Aficionada e Recreativa, para o qual fora necessário celebrar Escritura Pública a favor da constituição da Associação a 4 de Julho, assim como, a 15 de Dezembro de 1983, Escritura Pública a favor da aquisição do um prédio urbano na Rua José Dias da Silva.

Vila Franca de Xira é, portanto, rica em tradição e costumes, possuindo fortes particularidades que a dinamizam e fazem dela uma cidade com identidade. 
É de destacar então a intensa actividade de associações e colectividades, mas também a sua história e memórias através da sua própria gastronomia, cujo sabor estará para sempre ligado à pesca e ao trabalho rural, podendo-se encontrar quase sempre, e em qualquer restaurante ou tasca da região, os linguadinhos fritos, o ensopado de enguias ou o sável

Paralelamente existe o Cozido de Carnes Bravas ou o Ensopado de Borrego, ou os bons sabores campestres da boa cozinha ribatejana, como o Torricado de Bacalhau Assado, a Galinha de Cabidela, a Sopa de Bacalhau, as Enguias à Pescador ou a Caldeirada Mista, sem esquecer o tal cozido com carnes da Lezíria.
Pode depois terminar-se qualquer refeição com um dos bolos regionais tão típicos de Vila Franca: os Garraios, Esperas e Lezírias.

Mas, já agora, caras leitoras e leitores deste blogue, para de alguma forma terminar inspirando-vos, ainda sobre o almoço servido no intitulado restaurante Ti Caíta by Clube Taurino, nunca mais me irei esquecer daquele sabor suave e delicado de cada vez que a minha colher de sobremesa quebrava com êxito alguma parte da superfície queimada, tendo decorrido apenas alguns minutos desde que o ferro de queimar fora utilizado na cozinha, para logo de seguida conseguir mergulhar no aveludado leite creme e ainda sentir tudo isso e muito mais, envolta das minhas papilas gustativas em cada um desses pedaços de sobremesa erudita

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